quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

conjunção astral

foto do autor do blog

Tu acreditas em Astronomia? E horóscopo?
Eu, astronomia. Em noites de Lua Nova é possível ver com bastante clareza mesmo entre as luzes da cidade as constelações e as estrelas mapeadas pelos antigos povos do Oriente Médio.

A Superinteressante publicava todos os meses o mapa do céu bem como a localização dos planetas naquele mês. Depois o mapa foi sendo simplificado e hoje já nem sei se ainda o publicam. Atualmente a ZH publica às segundas-feiras um mapa do céu bem pobrinho, que mal se parece com o céu noturno, no caderno de tecnologia. Já o horóscopo é publicado todos os dias em todos os jornais.

Para quem crê em astrologia e acha mais interessante pensar em “Marte em Capricórnio” como algo que pode te trazer um lance sorte do que num planeta fascinante e numa constelação a distâncias inimagináveis mas ao alcance dos olhos sem falar em tudo o que há de invisível em cada fresta do firmamento, lembrando do quase nada que somos diante do fundão celeste e começar a viajar... então tu ainda podes avistar o teu signo e dos teus amigos no céu. Está lá! É de graça! Olha pra cima à noite. O meu é um “Y” que resolveram chamar de Caranguejo ou Câncer. E tu ainda corres o risco de ver estrelas cadentes e ser atingido em cheio na alma!

Estamos em dezembro: é possível enxergar os signos de quem nasceu no inverno – justamente porque agora o Sol está em Capricórnio e ofusca todos os signos do verão – mas conforme o ano passa vai sendo possível ver os demais.
Além do Zodíaco também existem outras constelações lá em cima: o Centauro com o Cruzeiro sob a pança, as “pequeninhas” Plêiades, Ursa Maior, Órion com suas Três Marias e se tu quiseres também podes inventar as tuas: Chapeuzinho, Dançarina, ET, Batman...
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Pra melhor identificar e apreciar as estrelas, as constelações e o céu que está a vida inteira sobre as nossas cabeças para nosso deleite, uma dica é visitar o Planetário de Santa Maria no campus da UFSM. Além de curtir a sessão de astronomia pra iniciantes, dá pra curtir o visual espaçoso do campus e a arquitetura diferenciada do prédio do Planetário.
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mapinhas básicos
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Diz a lenda que o Planetário da UFSM foi construído apartir de um croqui do centenário e fodão arquiteto Oscar Niemeyer. O projeto final foi realizado por um escritório carioca cujo nome não me lembro agora.
De fato tudo naquele prédio tem bem a cara do Niemeyer. Ainda que nos anos 60, seu repertório mais usual já poderia ser identificado e dominado por outros arquitetos, bem como os demais aspectos do modernismo brasileiro.

Começando pela esplanada seca a volta do prédio, que é um espaço recorrente em suas abras de caráter público, como na Praça dos Três Poderes e Memorial da América Latina.

A forma mais marcante do Planetário, na qual mais parece haver o traço de Oscar é certamente a cúpula de concreto. Para não me deixar mentir (sozinho) estão por aí a cúpula do nosso Senado, da Oca do Ibirapuera em São Paulo, da sede do PC Francês e mais recentemente a cúpula do novíssimo Museu Nacional localizado no Eixo Monumental de Brasília. O arquiteto que a projetou para a UFSM foi muito feliz no uso dessa forma por tratar-se de um planetário, evidenciando o caráter do edifício, além da forma conter uma grande carga de significados e relações com o tema.
Por falar em carga, a concepção estrutural e distribuição das cargas através da estrutura feita da cúpula propriamente e de suas arcadas é perfeita, obtendo o melhor desempenho em cada ponto da cobertura. Assim como em algumas obras de Oscar “a estrutura já é a obra”.

As paredes laterais do Planetário também parecem ter origem nos rabiscos do famoso arquiteto, pois têm a forma do “cilindrinho” de pouca altura característico das obras dele, porém coberto pela cúpula.

Marcando a entrada do Planetário há uma marquise inclinada como é típico na obra do arquiteto carioca. Faltam os pilares em “V” para sustentá-la, mas como é uma obra de porte pequeno, creio que neste caso os ditos pilares estariam sobrando. Em seu lugar sustentam a marquise duas esbeltas colunas. Aí suponho que seria mais de acordo com sua obra a marquise estar “em balanço”, ou seja, sem nenhum apoio nas pontas.
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Se pintarmos o prédio de branco e o convidarmos pra uma sessão no Planetário? Vai que o cara resolve assinar a obra!?
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Planetário de Santa Maria - fotos do autor do blog
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Sessões: quase de graça todos os domingões às 15:00h. De segunda a sexta com agendamento pra no mínimo 30 pessoas pelo número 0xx55 – 3220 82 26. Este é o link:
http://www.ufsm.br/planeta/indexx.htm
Pergunta antes o tema da sessão e foge das sessões infantis.

domingo, 23 de dezembro de 2007

continuação...

Dois ou três dias depois da postagem abaixo aconteceu mais um assassinato de norte-americanos por outro covarde assassino suicida. A motivação foi a mesma e óbvia de sempre:
Não é preciso ser nenhum Dr. Freud pra ver que esses merdas só querem aparecer.
Para acabar com isso ou reduzir a quase nada a ação desses assassinos (pra mim não tem ofensa pior: assassino) é fácil.
Basta deixar de mostrar o nome, a cara ou os recadinhos desses desgraçados em tudo que é jornal!
Sei que deixarem de vender e fabricar armas é uma utopia a longo prazo... talvez uns 1000 anos.
Esse último assassino disse na cara dura: “agora vou ser famoso” antes de se matar. Não se depender de mim. Mas se estão tão ávidos pra ouvir seus assassinos, este aí não poderia ser mais claro! Parem de dar fama a eles!
Mas parece que aquela gente louca dos Estêites prefere continuar tendo os filhos assassinados a perder o espetáculo do noticiário que não informa!

Tenho coisas muito melhores ou mais importantes pra falar, é verdade. Mas isso me incomoda tanto porque depende de uma decisão muito simples.É uma atitude simplíssima.

Por isso também me irrita tanto a violência do governo do Bush. Destroçar milhares de vidas depende de pequenas decisões da oligarquia do petróleo norte-americana (a nossa oligarquia dos usineiros é fichinha). São o tipo da coisa que “adianta falar”. Assim como adiantava falar em Desarmamento no Brasil, mas quase não adianta falar em dar educação e blá-blá-blá porque o resultado virá de um processo muito muito mais longo e difícil, mesmo sendo algo essencial.

Sobre o assunto do Irã repasso aqui os links que o Giovani me mandou:
http://resistir.info/financas/brown_10nov07_p.html
http://resistir.info/energia/bolsa_petrov.html
o primeiro é um artigo da norte-americana Ellen Brown e o segundo, do economista Krassimir Petrov
É um site beeem de esquerda e com visão crítica. Não te assusta se o mouse de repente te puxar para o lado esquerdo. É escrito em português do Velho Mundo, mas a maioria das idéias são bem atuais.

Poderia citar agora a obra do pacifista Jonh Lennon (Give to Peace a Chance, Imagine e até aquela música natalina dele), que pra nossa tristeza foi assassinado por um desses covardes que tentou lhe usurpar a fama.
Mas aí vai “aquela canção do Roberto” Todos Estão Surdos, que é brasileiro e cristão, sua melhor obra são as músicas cristãs já que esta é a maior data cristã :


Desde o começo do mundo
Que o homem sonha com a paz
Ela está dentro dele mesmo
Ele tem a paz e não sabe
É só fechar os olhos e olhar pra dentro de si mesmo
Tanta gente se esqueceu
Que a verdade não mudou
Quando a paz foi ensinada
Pouca gente escutou
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Meu Amigo volte logo
Venha ensinar meu povo
O amor é importante
Vem dizer tudo de novo*
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Outro dia, um cabeludo falou:
"Não importam os motivos da guerra
A paz ainda é mais importante que eles."
Esta frase vive nos cabelos encaracolados
Das cucas maravilhosas
Mas se perdeu no labirinto
Dos pensamentos poluídos pela falta de amor.
Muita gente não ouviu porque não quis ouvir
Eles estão surdos!
Tanta gente se esqueceu
Que o amor só traz o bem
Que a covardia é surda
E só ouve o que convém
*
Um dia o ar se encheu de amor
E em todo o seu esplendor as vozes cantaram.
Seu canto ecoou pelos campos
Subiu as montanhas e chegou ao universo
E uma estrela brilhou mostrando o caminho
“Glória a Deus nas alturas
E paz na Terra aos homens de boa vontade”
Tanta gente se afastou
Do caminho que é de luz
Pouca gente se lembrou
Da mensagem que há na cruz
*

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

falando de flores e arame farpado...

Lembras do motivo alegado pros EUA transformarem o Iraque no inferno que é hoje? ...como se precisassem alegar alguma coisa...E dos relatórios forjados sobre “armas de destruição em massa”? Agora tá a mesma conversa pra boi dormir e pra gente morrer desta vez contra o Irã. Mas agora nem os tais relatórios dão suporte ao bafo ensandecido dessa besta com a cara do George Bush.

Esse negócio de dente por olho é a maior estupidez que há. Mas pensando como pensaria algum trouxa iludido pelo discurso cínico de prevenir “armas de destruição em massa”, o maior perigo do mundo são mesmo os Stêites de Bush e seus comparsas.
São a maior potência militar disparada (fazem questão de mostrar), nunca param de desenvolver e aprimorar sua máquina assassina e estão sempre ameaçando ou massacrando algum povo (inclusive seu exército de imigrantes enviados ao fronte) que esteja no caminho da contabilidade dos lucros seus e da Morte. Até hoje o único país que se revelou capaz de detonar bombas atômicas pra matar foi qual? os EUA!
Ataque preventivo neles! segundo essa lógica dos infernos.
Suas doutrinas e ações sempre mostraram que quando seus interesses são frustrados não existem acordos ou boa convivência com seus vizinhos de Planeta Terra.
As alternativas contra as bombas norte-americanas são poder ser explorado de alguma forma – pagando caro e vendendo barato seja lá o que for – ou já possuir de fato armas de destruição em massa! Apenas por isto é que a Rússia ainda existe.

Mas quem vai impedir aqueles que estão montados nas ogivas explosivas e nucleares de continuar matando e destruindo vidas? Não há como outro país declarar guerra ou reluzir uma arma contra esse inimigo.
Restam os terroristas...


Mesmo assim o Terrorismo, como a guerra, só é “legítimo” na defesa da nação contra uma força invasora, que é o que acontece hoje no Iraque. Nesse sentido até concordo que o terrorismo seja considerada “a arma do oprimido”.
Mas como ensinou Ghandi, a grande alma, essa via dolorosa não é nem precisa ser o único caminho. Não tem de ser inevitável!
Nem é preciso saber quem foi Ghandi ou ter uma grande alma: pode-se confiar no bom senso e no senso de autopreservação e na preservação do seu povo. Resistência pacífica. ...Manter o sangue e vida no corpo e a ternura na vida.

Se “a violência não deve ser monopólio do opressor mas pode e deve ser usada contra ele quando possível” como queria Che, a conseqüência do êxito é que raramente a violência vai embora junto com o opressor. Ela permanece. Oprime. Continua em ação como uma pesada engrenagem posta em movimento.

O terrorismo do Oriente Médio, entretanto, dificilmente é motivado por ideais de liberdade. Sei que é incrível, mas até interesses de poder podem ser desconsiderados. Uma Cultura opressora e onde a juventude tem poucas perspectivas é um prato cheio de mentes pra outras doenças sociais como aquela rotina de explodir um monte de gente junto consigo próprio. A maior diferença entre esses jovens-bomba no Oriente Médio e os jovens-assassinos-suicidas nos EUA em busca de atenção é que lá nas arábias eles têm vários supostos “motivos nobres” pra exercer a sua covardia egocêntrica: fé – que por si não é virtude nenhuma –, coragem e, de lambuja, solidariedade – por esta falsa luta pela liberdade do seu povo...
Ufa! Não é fácil falar de pacifismo...
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cawboy entregando pessoalmente a bomba
em Dr. Fantástico (Dr. Strangelove) de Kubrik

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

coloradismo

Não leva a sério esta postagem. Ela é sobre futebol.

Nunca esqueço a roubalheira que nos fizeram em 2005!
Nos roubaram pontos decisivos no campeonato, bem como o jogo de 6 pontos contra o Curíntia.
O resultado tornou o Inter o Campeão Moral daquele ano. Mas isso é pouco pra quem mereceu o título que nos fôra usurpado(essa foi forte!)

Nesta última rodada do Brasileirão 2007 o time paulista dependia de uma vitória do Inter contra o Goiás caso perdesse do Grêmio pra não ser rebaixado à Segundona.

Toda a torcida colorada torceu entusiasmada contra o seu time querido e para seu arqui-rival vencer.
Contra a vontade da torcida sedenta de vingança os jogadores se puxaram pra vencer o jogo. Começaram ganhando e o Clemer defendeu dois pênaltes! Mas no fim, pareceu que fizeram tudo isso só pra enganar a torcida, pois pra alegria colorada o Inter perdeu o jogo de virada. Isso sim é que é “jogar pra torcida”!
Assim o Inter “de má vontade” fez sua parte perdendo o jogo. O Grêmio também ajudou um pouco empatando.

E a justiça foi feita pelos próprios pés.
Tá certo... Não foi justiça! ...mas pra uma “ação reparotória” já tá loco de bom!


segunda-feira, 12 de novembro de 2007

documentários...

Ônibus 174 é um dos melhores documentários que já vi. Foi a última palavra sobre o caso de um assalto a ônibus com reféns na cidade do Rio. Apartir daí interliga vários aspectos da violência no Brasil.
Nesse documentário são apresentadas diversas entrevistas e imagens intercaladas, construindo caminhos e levando, com a inteligência do espectador, a algumas conclusões. Outras questões são deixadas em aberto, como “um convite à reflexão necessária”, que apesar desse meu(?) chavão é outro grande mérito do filme. Fica evidente também a profundidade da pesquisa realizada.
O documentarista revela uma visão lúcida, na qual não aparecem idealizações ou pré-concepções. O argumento é tão forte e claro, que o filme pôde dispensar qualquer narrador – algo raro para um documentário de fôlego.

Exemplos como esse são difíceis de encontrar...
É muito fácil fazer documentários hoje em dia. É só ligar a câmera e mandar um cara falar. E se o cara for “uma figura”, os elogios são quase certos. Não há cortes. E a ladainha do documentado não serve como “recorte” de um contexto maior. O único trabalho é o de ligar e desligar a câmera ...se a fita não acabar antes. Na edição basta acrescentar o nome dos diretores/roteiristas(?) e todos os logotipos das leis de incentivo com dinheiro público.


Há outro filme que pretende “mostrar a realidade”, mas que não é nenhuma coisa de louco como tão falando. É um filme de ficção metido a documentário. A coisa mais explícita não são cenas de violência, são os diálogos “didáticos” (pior que novel das oito).
Este filme não deixa margem pro telespectador pensar, enxergar nada. Já está tudo “explicado” pelos discursos quase acadêmicos colocados na boca dos personagens marginalizados ou “de elite”, seja ela qual for.
Esta intenção é tão óbvia que, assim como muitos documentários, tem até um narrador para te explicar as coisas.
A fotografia também é metida a realista. Mas me pareceu interessante. O movimento da câmera como se fosse a cabeça do espectador virando rápido pra os diferentes interlocutores e focos de ação. Outras vezes lembra imagens jornalísticas vistas de vez em quando no Jornal Nacional da Globo – como o seqüestro ao ônibus 174 – e no pioneiro Aqui Agora do SBT. Imagens “mal” enquadradas e um foco vacilante, que não tem tempo de ajustar-se dão aquele clima tenso e imediato. Mas tenho quase certeza de que assisti ao filme inteiro com a imagem cortada de todos os lados e pode ser daí minha impressão de tanta mobilidade e enquadramentos imperfeitos.
Não vou ver de novo. É certo que a “versão do diretor” não é melhor que a versão pirata que me chegou antes.
O que Tropa de Elite e Ônibus 174 têm em comum? São obra do mesmo cineasta José Padilha.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

O Budismo e a Putaria
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"nunca mais eu ouço você/ nunca mais eu caio do beliche
deixar tudo pra ser/ um hippie, um punk, um rajinish"
Replicantes

A velha doutrina budista prega que o único modo de alcançar a felicidade é desapego pelas coisas mundanas. Isso inclui quase tudo!
Consta que Buda ou o príncipe Sidharta Gautama, na juventude foi um grande apegado às “paixões mundanas” em suas próprias palavras! ...ou como essa palavras nos chegaram em português após uns 25 séculos. Nas palavras do povo: “gostava duma sacanagem!”.
Obteve a Iluminação e percebeu que a resposta que procurava era justamente abster-se dos “prazeres” da carne (leia-se churrasco, mas também luxúria). Apartir disso concebeu as 4 Verdades do Budismo: algo como afastar-se dos 7 Pecados do Cristianismo. E assim viveu feliz para sempre...

Parênteses:
(Aliás, todo o panteão de semi-deuses cristãos conta com incontáveis (sic) devassos e facínoras: São Paulo, Santo Expedito, Rei Salomão, Maria madalena, Lot (o sodomita de nascimento e incestuoso considerado pai da nação israelita) e aquele assassino crucificado ao lado de Jesus. Viram? Ninguém estuda em colégio de freiras sem aprender sobre o Livro Sagrado!
Só não incluo nessa categoria semi-divina as figuras centrais dessas religiões: Buda e JC. Segundo as respectivas lendas JC era o próprio filho do hômi, enquanto Buda era o próprio hômi em carne e osso...e gordura! conforme fôra representado no Extremo Oriente. (o pretérito-mais-que-perfeito também aprendi com as freiras – gente finíssima!))


No séc. XX no Berço do Budismo – também conhecido como Índia – surgiu um maluco autodenominado Osho (ou Rajinish).
Em sua vasta obra sorvida da filosofia de Buda, Osho também defendia o desapego às paixões mundanas.
Essa foi a senha para a putaria generalizada!
Pois em seu discurso “desapego” não significava desapego daquilo que realmente se pode pegar, como as partes do corpo dos semelhantes. E Osho parecia falar por experiência própria. É óbvio que fez sucesso no Ocidente.

Com essas idéias na cabeça – e não no coração – teve gente que aproveitou pra fazer exatamente o contrário do que pregava a velha doutrina oriental. E apegaram-se aos desejos mundanos com todas as forças! Mas com uma bela desculpa de elevação espiritual. Sendo que era exatamente aí nesses desejos que Buda identificava a causa do sofrimento humano.

Já que você se interessou, pode adquirir os livros de Osho em qualquer sebo. São centenas. Todas as capas estampam sua cara com um sorriso enigmático (mas depois de ler o livro será fácil saber o porquê).
Se você concorda com o autor do blog e acha que a pegação e a luxúria não são fonte da felicidade, ainda assim pode encontrar ensinamentos interessantes na sua obra! (Até na Bíblia se pode!)
Não sou contra a putaria e acredito que muitas pessoas encontram sua felicidade através dela. Quero apenas evidenciar a contradição fundamental da doutrina Rajinish.

Além de ter inspirado muita gente a... você sabe, Osho também iluminou a mente de muitos cartunistas. E assim surgiram Mr. Natural, de Robert Crumb; Ralah Rikota, do Angeli; e Mestre Zen Noção, do Marcel. Esses você pode adquirir nas melhores revistarias ou com o próprio Marcel.
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Em 1938 o matemático Edward Kesner pediu ao seu sobrinho de 9 anos que inventasse um nome para dar a um número muuuuuiiiiito grande, mais precisamente à centésima potência de 10, isto é, a unidade seguida de 100 zeros. (...) Edwar Kesner apresentou o gúgol em seu livro "Matemática e Imaginação".
........100
1x10...=10000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

Se imaginarmos que o conjunto de todas as partículas do Universo é
...............80
igual a 10 (inferior a um gúgol) poderemos perceber o tamanho da criança!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Atentados...

Mohamed Atta era arquiteto. Gulp!
Fiquei sabendo ontem.Ele era o piloto que atingiu uma das torres do WTC há seis anos. Isso eu já sabia – o que não é “grande coisa”.
Tudo bem que aqueles edifícios, apesar de grandes, também não eram grande coisa (agora sem aspas). Mas certamente não foi por senso estético ou por fanatismo à arquitetura que o arquiteto fanático fez o que fez (e não me falem em desconstrutivismo!). Muito menos foi por barbeiragem no comando do avião.
Ele também era egípcio, mas não destruiu as torres por patriotismo, para que as Pirâmides de pedra do Egito se mantivessem soberanas sem as torres de concreto dos EUA para lhes fazer sombra. Até porque as pirâmides são monumentos erguidos por faraós personalistas e súditos politeístas infiéis ao Islã. O profeta Maomé, cujo nome também batizou Atta, ainda estava pra nascer, dalí a uns... 3.000 anos!
Quem tá área já sabe que esse negócio de ser arquiteto é pra loucos. Mas vamos combinar que o tal maluco “se passou” um pouco!
Pois é, colegas... Prefiramos nos inspirar no Niemeyer, no Norman Foster ou, vá lá, no cantor Falcão (que também é arquiteto, sabiam?), se vocês quiserem. Até mesmo no Frank Gehry! ...brega por brega...
Se for pra ver arquiteto fazendo atentado, que seja atentado ao bom gosto!
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Bourbon Country, Porto Alegre
É ou não é um atentado?!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Simpsons

“Quem é esse homem, Smithers?”
Sr. Burns, sobre Homer Simpson


Há muito tempo que o seriado dos Simpsons não é mais o mesmo. O desenho atingiu sua melhor forma e principalmente conteúdo entre a 2ª e a 5ª ou 6ª temporadas.
O primeiro ano da série foi o tempo necessário para as características tanto físicas como psicológicas dos personagens se desenvolverem com as tramas para garantirem todo o sucesso posterior do desenho.
No início o traço mais tosco e os beiços esticados que configuravam a população e a cidade de Sprigfield, suavizaram-se e as formas e cores tornaram-se mais bem-acabadas e simplificadas positivamente
, quando o criador Matt Groenin abandonou os vícios do cartum underground.
Quem assistia o Desenho na rede Bobo ou na SBesTera, deve ter percebido a transformação.

A principal mudança para melhor de um personagem do Desenho e que lhe rendeu mais fôlego foi com Homer, que no início era extremamente raivoso e aflito, com certa intenção de profundidade psicológica.
Mas, pra nossa alegria, logo no segundo ano ele já tinha se tornado mais despretensioso, com a personalidade mais calma e despreocupada. A aflição e raiva crônicas a transformaram-se em breves e engraçados ataques de desespero ou fúria com segundos contados pra acabar. E sem descambar para a idiotice, Homer começou a pegar mais leve com ele mesmo, com sua família e com a gente, os espectadores.
A partir daí, o careca já apresentava as contradições que fariam seu caráter demasiado humano e caricato na medida certa.

O apelo inicial junto aos jovens do personagem do carismático e endiabrado Bart era sempre misturado com medos e problemas cotidianos de um estudante quase normal de 10 anos. Seu tipo rebelde e hiper-ativo o colocava em várias encrencas que com os mesmos atributos tinha que enfrentá-los.

A sensível e inconformada Lisa (que remete a um misto de Mafalda e o Charlie Brown sem a chatice de ambos) também sofria e confrontava, do seu próprio jeito, seu meio simultaneamente repressor e relapso. Assim surgiam diversas tramas e contradições que alimentavam os episódios envolvendo a precoce ativista de 8 anos.
As semelhanças com seu irmão, que os faz aliados em muitas aventuras, contrastam com a apatia e mediocridade geral da vizinhança.
Enquanto as diferenças de Lisa e Bart criavam atritos, que sua grande amizade, afinidades e cumplicidade acabavam por resolver... até o próximo episódio.

Completam o feliz e engraçado núcleo familiar a dedicada Marge e a nenê Mag.


Nesta fase, quase todos os episódios tinham um fundo moralizante, exaltando pelo contexto o Amor e o bom-senso e mais uma série de valores tradicionais ou nenhum pouco como necessários à Felicidade.
Muitos dos problemas familiares e pessoais de cada membro do núcleo eram autênticos, verossímeis e tratados de forma sensível.
Entretanto a própria inconformidade e desajuste de todos é que os movia em suas ações, depois de se encontrarem em situações sobre as quais não tinham controle ou serem engolidos por conseqüências desencadeadas por eles mesmos.
A riqueza das tramas os fazia percorrer caminhos de pequenas angústias e glórias recheadas de humor ora sutil, ora escrachado para no final suas vidinhas voltarem ao normal, mas com sua (e nossa) experiência humana engrandecida... Ou não.
O início dos episódios reforça o poder do acaso, pois apartir de uma situação corriqueira qualquer (ou nem tanto) outra história bem diferente cria contornos e vira o tema central da comédia.
As histórias paralelas que se cruzam deixam os capítulos muito mais interessantes e fluídos, distribuindo nosso interesse e nosso riso entre todos os membros da família e também entre outros moradores da cidade mais tapada da animação.
As tiradas e o humor provinham dos diálogos e das situações – e não de diálogos avulsos e manjados – e eram bem mais sutis e, também por isso, mais ricos do que atualmente. Talvez por isso crianças, ainda desprovidas de um senso de ironia desenvolvido e alheias a certos aspectos do mundo adulto, e noveleiros crescidos não sentiam muito a empatia do Desenho.
Os roteiristas nesta fase sempre capricharam no humor, usando aquele esquema de sitcoms norte-americanas de profusão de piada por cima de piada (que é uma das coisas que se faz de melhor nos Stêitis), mas sem precisar de uma platéia idiota e invisível pra ficar rindo do que era pra ser engraçado e sem aquele monte de efeitos sonoros de desenhos ditos infantis que antecederam Os Simpsons.
E como na tradição humorística da escola norte-americana na tv e no cinema, os episódios alternavam momentos mais emotivos com outros de puro deboche e graça. Com bastante inteligência e ousadia.
Isso fazia dos Simpsons um programa de tv realmente adulto e inteligente, sem palavrões, nudez, escatologias nem agressividade gratuita e freqüentemente com temas sérios (adultério; doenças; morte; corrupção; relações trabalhistas; drogas; alcoolismo; religião, patriotismo; violência; imprensa, políticos e capitalistas sem escrúpulos... a lista é longa) e variados conflitos familiares e de relações humanas em geral como distanciamentos, amizade, solidariedade, desentendimentos diversos e reaproximações e tal. E sem esquecer de algo importante: era muito divertido!
(As cutucadas nos outros desenhos “humorísticos” atuais não foram intencionais, mas... bem-feito pra eles!)

Mas (agora que a porca terce o rabo!) Os Simpsons viraram reféns do próprio sucesso. Depois de tanto tempo é difícil manter o vigor dos enredos. Houve um certo esgotamento. As tramas e os personagens foram lentamente perdendo a força.Com o sucesso feito a necessidade de não perder uma atração de tanto público era uma premissa. Os produtores e artistas foram “tocando” a série, afastando-a do caminho que já havia cativado tantos fãs como eu. As histórias cada vez mais malucas e improváveis serviam justificar piadas cada vez mais fracas e repetitivas.E o novo estilo parece ter agradado ao público, principalmente o mais jovem, acostumado com a crueza e gratuidade de novas atrações televisivas animadas (ou nem tanto).
Homer foi novamente o mais afetado, desta vez pra pior: tornou-se extremamente irresponsável, fútil, egoísta e burro. O que deve ter dado bastante agilidade aos scripts. Piadas de burrice são as mais velhas, sem graça e fáceis de criar. Ele tornou-se uma tosca caricatura da caricatura do anti-herói que já fora.
Os outros personagens, que não mudaram de caráter, acabaram perdendo espaço para as excessivas trapalhadas de Homer
, cada vez mais homéricas, como seu próprio nome indica. (essa foi péssima! Nisso que dá tentar ser engraçadinho e logo com quem!)

Não é por causa do filme (que eu não vi), mas a tempos quis falar o falei. E pelo que sei pela imprensa, parece que o roteiro do longa-metragem recicla um dos clássicos episódios, no qual a cidade toda quer as cabeças da família mais ou menos normal de Springfield, após aprontarem mais uma das suas.

Apesar de tudo os Simpsons ainda tem muitas coisas legais, mas acho que me deixaram mal-acostumado.



retrato psicografado do autor do blog

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terça-feira, 28 de agosto de 2007

Precisando de um personal enemy?

Sabe personal trainner, personal stylist e tal? Agora tem personal friend! Você paga pro cara pra ir contigo dar uma banda, bater papo, tomar uns mates. Deu na Zero Hora e no Yahoo, pra quem lê e pra quem não lê. E se deu na imprensa já não é novidade. Aliás, outro serviço, o de personal girlfriend já é bem antigo como consta.

Pois é nessa onda que eu me apresento como personal enemy!

Você me contrata por R$150,00 a hora (sim! faz parte do pacote eu deixar você mais pobre) e vou ficar todo esse tempo tentando te “dirrubar” armando complôs, fofocas, sacanagens, pregando peças, etc...
Sua vida anda meio sem graça? Entediado? Você não precisas de personal friend mas de um personal enemy! Vou te arranjar vários problemas e abacaxis cheio de espinhos.

Qualquer um pode ter um inimigo público como o bandido Beira-mar, o juiz Lalau, o Zé Genoíno ou a Yeda Crusius. Mas um inimigo particular e pessoal não é pra qualquer um.
Imagine com que pompa você vai declarar em público balançando um copo de uísque: “_ Aquele safado é meu inimigo pessoal!”? E por isso eu ainda o processo por difamação... (coisa chique!)

Sondando este mercado da prestação de serviços personalizados, decidi acatar o pedido de um cliente em potencial. A sugestão de reciprocidade pareceu-me deveras justa, assim como cobrar justo um adicional pelo plus.
Por um acréscimo de apenas 25% você terá opção “advanced” de fazer o mesmo comigo: tentar me “dirrubar”. E como seu inimigo, não vou adverti-lo que será dinheiro jogado fora, jogado fora por mim lá na churrascaria. Pois minhas intrigas vão tomar todo o seu tempo consertando os estragos.
Outra (des)vantagem é a inclusão do serviço personal painted-jaguar’s friend, seu amigo-da-onça pessoal em pele cotia.

Depoimentos de gente famosa:

“Know your enemy!”
Zack de la Rocha, músico, em “Know your enemy”

“mantenho meus amigos por perto
e meus inimigos...
mais perto ainda!”
Montgomery Burns, proprietário de usina nuclear


(des)Serviços do pacote básico:

-esvaziar os pneus do seu carro;
-mandar correspondências falsas pro seu chefe;
-ligar pra você e deixar o telefone fora do gancho;
-chutar o seu lixo;
-matar a sua grama;
-roubar o seu cachorro;
-estacionar na frente da sua garagem;
-clonar o seu cartão de credito;
-esnobar você;
-esculhambar você;
-armar barracos em lugares indesejáveis;
-culpar você por emporcalhar o condomínio;
-deixar sua esposa com ciúmes mortais de uma lambisgóia;
-colocar tachinhas na sua cadeira;
-fazer churrasquinho fumacento na frente da sua janela;
-colocar o carro tocando altíssimo aquelas músicas que todo mundo odeia bem em frente à sua janela de madrugada (mediante adicional noturno e insalubridade, mesmo que eu não esteja lá)
-contar piadas mais engraçadas que as suas;
-enviar a você e-mails com vírus;
-sabotar seu aspirador de pó;
-fraudar seu hidrômetro e denunciá-lo à Corsan;
-Interceptar sua correspondência e telefonemas;
-descobrir e revelar os seus podres;
e inventar mais alguns...


Isso ta me contaminando mesmo! Viu só? Já estou sendo o personal enemy de mim mesmo!

A propósito: toda essa conversa mole e irritante que tomou o seu tempo é apenas uma amostra grátis do novo serviço!

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Rainha de Copas

Fiquei sabendo que Partido Democrata dos EUA está escolhendo o candidato à próxima presidência dos Stêitis.Os pré-candidatos são um negro e uma mulher.
Ele é Barack Obama do estado de Illinois, cuja capital é Chicago (as fontes suspeitas me informam que ele é sobrinho do Buddy Guy). Pensaram que era o governador da Louisiana quando passou aquele furacão em Nova Orleans? Ela é Hillary Clinton e dispensa apresentações.
Tem gente pensando que isso pode representar qualquer mudança, mas vários exemplos dizem que não muda nada! Aí vai: Papa Doc e depois Baby Doc no Haiti (onde fincamos bandeira), Mobuto Sese Seko no Congo (3x1 contra Nelson Mandela); Margaret Thatcher na Inglaterra (1xO contra o resto do mundo).
Seria romântico pensar o contrário, mesmo havendo alguns motivos. Mas o simples fato de provirem de setores discriminados não significa nada. Se bem que no caso das mulheres significa menos ainda, já que estão uniformemente distribuídas em todos os espectros das sociedades.


Para radicalizar, na vã ilusão de que as coisas poderiam ser melhores, imaginemos a junção desses três fatores: mulher, negritude e poder. Não precisa nem imaginar: já se conhece o resultado de uma mulher-negra no poder da pior forma possível: Condoleezza Rice.
A Megera foi colocada no cargo pra substituir Collin Powell no cargo de Secretária de Estado do governo Bush, Baby Bush. O Partido Republicano dos EUA é dividido em duas alas: a Ala Xiita e Collin Powell. Ele foi a única voz “do contra” nessa sanha sanguinária dentro do partido do mal, sendo que o outro também não é o do bem!

A única coisa com a qual Condoleezza foi condescendente foi com a gana com que Bush e sua matilha (ainda bem que meu cachorro não vai ler isto) de se lambuzar de petróleo e sangue inocente do Iraque. Mais do que isso, ela foi voz ativa e vai continuar sendo quando o assunto é a guerra, o sangue dos outros e o bolso dos seus comparsas! Que nem a Rainha de Copas que mandava decaptar todo o mundo na história da Alice!
Essa mulher é uma Megera mesmo! E como diz o malandro
__ Ô nega ruim!
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"Rainning Blood"
charge que expus em 2002

terça-feira, 24 de julho de 2007

Estética Ecologista na Arquitetura

“pra entrar no meu quarto tem que passar pela sala”
Zeca Baleiro

Acredito que novas tecnologias, bem como novas filosofias, sempre acarretam no desenvolvimento de uma estética própria que as caracterizará.

O conceito de sustentabilidade ecológica está associado a uma Estética peculiar na Arquitetura do novo milênio.
Observo a união de técnicas antigas com as novas. É comum ver a arquitetura vernacular – utilizando pedras, tijolos e os materiais tradicionais – aliadas a diversos tipos de elementos atuais como painéis solares, teto verde, exaustores, sheds (aqueles “telhadinhos” de fábricas), chaminés, brises-soleil, marquises, abas, terraços-jardim, calhas, gárgulas (não o monstrinho, mas isto pode variar conforme o gosto!) reservatórios d’água da chuva... tudo isso em variadas formas e com muito estilo, dependendo, é claro, da sensibilidade do arquiteto.
Nessa arquitetura pode aparecer todo o tipo de artifício com funções de climatizar e poupar energia. Traduzindo assim os ideais (ou a canastrice) por trás do projeto.

As estéticas high-tech do surgidas no final do século passado (não faz tanto tempo assim) e as arquiteturas tradicionais e regionais aparecem com maior ou menor evidência nessas novas propostas.
Entretanto, neste ponto de vista, não é a mistura de qualquer coisa ou a simples preocupação com o planeta (ou o com bolso) que caracteriza essas obras, mas o conceito abstrato da estética.
É óbvio que muita gente vai vender e comprar (literal ou metaforicamente) essa
arquitetura como se faz com o sapato da moda. Mas não estou falando de bom gosto nem de boa consciência ecológica.

Materiais pouco agressivos ao meio-ambiente como tijolo aparente e madeira reflorestada são privilegiados não apenas na arquitetura residencial mas também em outros tipos de construção. Aí estão edifícios públicos e a Arquitetura Coorporativa: grande financiadora desta estética, tomando assim uma nova imagem de bom-mocismo e repassando-a ao ego dos consumidores.
Ao contrário da arquitetura consagrada até o final do séc. XX, os edifícios representantes dessa proposta estética apresentam variadas texturas obtidas tanto pelos critérios diversificados no emprego dos materiais utilizados quanto na composição das fachadas e volumes. As aberturas e as “paredes” são tratadas de forma estratégica, criando dinamismo e ritmo. Daí Identifico a rejeição das grandes fachadas de vidro – pouco importando a orientação solar – e dos monolitos (literalmente) de granito ou concreto.
Em muitos casos a vegetação é incorporada como parte fundamental no conjunto do sítio e do próprio edifício. Que tal “faturar” um maracujá ou cacho de uvas colhido da janela do escritório?
Em todos estes aspectos a Arquitetura parece querer se reaproximar do ser humano e da sua natureza telúrica, assim como fazer as pazes com a velha Pacha Mama (viajei!).
É incrível, mas precisou o Al Gore com toda aquela pinta de yuppie falar “umas verdades inconvenientes” pra questão ecológica ter visibilidade. Quem ia dar bola para uns vagabundos ecologistas?
Cabe agora darmos uma fachada (no bom sentido!) bonita a essas idéias.

O traço comum que destaco é a incorporação das funções ecológicas e de sustentabilidade na busca de uma Estética própria, intimamente ligada a esses conceitos e não apenas de um estilo a ser reproduzido.
Nessa busca não basta construir edifícios “inteligentes” ou que se use corretamente conhecimentos técnicos para poupar energia, recursos naturais e também financeiros, que ninguém é besta! Deve haver o interesse em evidenciar ou tirar partido desses elementos arquitetônicos no resultado visível da obra.

A contemponiedade é importante à arquitetura enquanto arte e também enquanto técnica. Com o desenvolvimento do capitalismo em sua fase atual, a utilização apenas das técnicas ancestrais é insustentável social e economicamente.
Creio que as questões de custo devam ser integradas à esta construção física e ideológica de arquitetura. Mas ao invés de limitarem deverão agregar valor ao resultado estético final. Até porque o fator grana implicará no fôlego e na própria capacidade de difusão desta arquitetura. Aí também se encaixa a idéia de Sustentabilidade. Neste caminho devem ser constantemente equilibrados os aspectos econômicos, qualitativos e estéticos dos projetos.
(Se você leu até aqui e ainda pensa que “estética” é só uma palavra fresca para “beleza” sugiro que comece de novo ...ou procure um dicionário.)

Os mais famosos arquitetos que apresentam tendências dessa estética nas suas obras são o norte-americano William McDonogh, o chileno Enrique Browne e o brasileiríssimo Lelé, menos conhecido como João Figueiras Lima. Se alguém lembrar de outro pode adicionar na lista!
Em maio deste ano visitei junto com colegas e professores uma “ecovila” em PoA, projetada pelo arquiteto Otávio Urquiza, que assume vários pontos da estética de que falo.

É inegável que arejar o mundo e as mentes com ideais verdes de Sustentabilide, Beleza e Ecologia são coisas boas.
Mas tem uma coisa, minha senhora: nada disso redime aquela samambaia no canto da sala!




Enrique Browne - edifício administrativo, Santiago, Chile


William McDonogh - Oberlin College, EUA

William McDonogh - Nike European Headquarters

Otávio Urquiza - Ecoovila, Porto Alegre

domingo, 15 de julho de 2007

Cotas, cotas...

No outro texto que eu postei aqui, quis falar de outro assunto: bem como está naquele título “Humor e Racionalidade”. Uma tomada de posição somente ia desviar o foco. Pois “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa” como disse Tim Maia numa fase, digo, frase racional.
Pois agora, já que comentei no blog da Andressa, revelo meu pensamento sobre a política de cotas da UFSM. O mesmo vale para a UFRGS.

Cotas para pessoas pobres materialmente parece ser um modo justo de acesso ao ensino superior, que devolve à população o investimento feito com o fruto do seu trabalho, que sustenta as universidades públicas.
Impressionante a falta de debates, propostas e também a pressa quando antes da votação da questão na UFSM!
Acredito que havendo discussões e colocação de pontos de vista, levando o debate à comunidade ficariam evidentes as vantagens de uma política de cotas ligadas a fatores econômicos e não à questão étnica. Desse modo os afro-descendentes seriam indiretamente os maiores beneficiados, pois constituem a maior parte da população desfavorecida economicamente. E os pobres de fenótipo caucasiano não seriam discriminados negativamente, com ainda menos chances de freqüentar a universidade pública.
Essa espécie de Apartheid (se escrevi errado, lembra: não pede ajuda aos universitários!) certamente não será boa para a sociedade. Discriminar as pessoas pela cor da pele ou pelos traços do rosto é tudo que não se deseja para um futuro de igualdade, paz e justiça. Há políticas mais eficientes e justas para a promoção da igualdade que mal foram cogitadas ou analisadas.
(que droga! escrevi até aqui sem conseguir citar o Dr. Lévi-Strauss)

...pelo menos se isto cair no vestibular, minha redação já está pronta!

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Reviravolta:

Fui informado por fontes suspeitas que o motivo da não ida do Obtuary a PoA foi a prisão de um dos seus integrantes no aeroporto em BuA e não a neblina.
Essa informação só reforça a tese de repressão ao Green Metal. Prisão! Foi um ato deliberado e emergencial dos agentes do GreenPeace infiltrados na alfândega portenha contra a concorrência neste nicho ecológico de mercado!
The End * das letrinhas

“ mas a minha voz... quanta diferença!”

O canal Fox está passando o seriado do Jack Bauer dublado! E os outros seriados também.
Isso é legal! É claro que dá muito mais trabalho e custos pra empresa, mas é certo que a audiência do “enlatado” vai aumentar.
Tem gente que prefere com legendas porque o som..., porque não sei o que e blá blá blá...
A voz do ator Kiefer Sutherland não é melhor que a do seu dublador (e isto inclui as cenas perigosas!). E se a voz dele é sempre a mesma, a do astro do famigerado clássico Garotos Perdidos também é.

Tradução ruim pode ser legendada ou dublada: tanto faz!
Se você entende inglês prá reclamar da má tradução então que dispense as letrinhas amarelas.
Outra: ou vê-se as figuras ou lê-se as letrinhas.

Pior que perder algo na tradução é perder algo porque você está lendo a tradução.

Talvez a melhor coisa que aconteceu com a introdução do dvd seja a possibilidade de escolha entre versões dubladas, legendadas ou não. Os espectadores redescobrem a alegria de acompanhar um filme onde o áudio não serve apenas pra ouvir explosões, mas pra comunicar-lhes o enredo. E já estão se tornando maioria. Podem até pra ver qual personagem está movimentando os lábios enquanto a fala é ouvida!
Já deve estar cientificamente comprovado que leitura dinâmica só funciona pra placas de trânsito! E ainda assim há controvérsias.

Essa coisa “eu prefiro legendas” fica mais ridícula quando trata-se de um filme sobre o Império Romano ou coisa assim: o César falando inglês com sotaque norte-americano (mas nada que eu perceba)! Isso ficou evidente pra quem já assistiu os últimos filmes Mel Gibson e o último do Clint Estwood, falados em línguas pelo menos verossímeis com o contexto.
Por falar (sic) em contexto, a tradução das palavrinhas lá em cima* pode ser compreendida pelo mesmo.
Se é pra ler, vou ler um livro!
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quinta-feira, 5 de julho de 2007

Humor e Racionalidade
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“uns com a pele clara; outros, mais escura
mas todos viemos da mesma mistura”
Gabriel, O Pensador
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Mais do que emitir opiniões e provocar reflexões creio que seja necessário romper as tensões que se acumulam de parte a parte. Para isso não existe nada melhor do que o Humor.
Entretanto é um mecanismo que deve ser introduzido com inteligência e, em alguns casos, principalmente, com sensibilidade. Este artista opta por resgatar uma aparente ingenuidade, onde não haverá declarações de guerra ou cinismo.
O humor tem o poder de desmoralizar um objeto de conflito e aliviar as tensões que se acirram.
É um instrumento capaz de reconduzir os debates e discursos ao âmbito da Racionalidade. É o melhor uso que pode ser-lhe atribuído: enfraquecer os conflitos e fazer produtivo o debate (que deve continuar).
Só assim -- racionalmente -- as coisas são discutidas e analisadas de forma objetiva, tomando inclusive a problemática emocional envolvida e considerando-a neste todo. Só assim podem-se evitar erros e omissões que tornarão a criar sofrimento e injustiças; a exigir soluções e paliativos que podem revelar-se novas armadilhas.

Refiro-me à questão de reserva de cotas nas universidades para descendentes de africanos e ameríndios, mas a idéia vale para muitos outros embates e dilemas contemporâneos.

O assunto é sério e a mensagem apropriada é “pega leve”.
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. Charge publicada no jornal A Razão em 05/07/07

terça-feira, 26 de junho de 2007

Fatos

O raciocínio é simples.a A impunidadei incentiva o crime.a Isto é um fato. Com o fim da impunidade o crime diminui consideravelmente. Isto é um fato mais contundente quando o crime não decorre da pobreza – caso da corrupção.
Com as investigações sobre corrupção que atingiram o Sistema Judiciário, acreditei que abria-se uma nova dimensão no enfrentamento da corrupção no Brasil. Pois quem garante a impunidade de políticos é o Judiciário corrupto.
Pela aparente vontade da PF de desmontar o esquemão dos juízes corruptos e políticos desonestos, esse ciclo vicioso de roubalheira e impunidade tendia e romper-se.
Ledo engano. Pra mim, a única coisa que ficou provada foi a ingenuidade do meu “otimismo consciente”.

domingo, 24 de junho de 2007

Vida longa ao Green Metal

O show do Obituary no Rio Grande do Sul foi cancelado.
Vale lembrar que foi uma das primeiras bandas de rock pesado a abordar a temática ecologista no idos dos anos 90. Em 94, 95 ou 6- não me lembro- lançou o disco World Demise, cuja capa era uma montagem com chaminés frabris fumacentas num clima meio apocalíptico. Nesse período, em que acompanhei a carrreira da banda, o vocalista John Tardy esbravejava a eco-fúria trash em algumas músicas.


Outra banda de rock pesado, bem mais popular nos anos 80 e 90, o Megadeth, liderado por Dave Mustaine, falava num discurso, ainda que adolescente, de geopolítica, pacifismo e também ecologia. O cenário era o final da Guerra Fria e explodia uma onda de conflitos armados sem solução em vários lugares do mundo. O desastre de Chernobyl, a poluição e destruição da natureza também eram destaque. E a "NêgaOdete" tocava hits metaleiros "antenados" como Peace Sells... But Who Is Buyng?, Countdown to Extinction, Sinphony Of Destruction e por aí vai. Em vez de falar do Diabo ou frescuras posers e outras baboseiras alguns aspectos do mundo real ganharam visibilidade e tornaram-se-se alvo da rebeldia juvenil nas sua letras e riffs.

A culpa do cancelamento do show ouvi falar que da foi neblina no aeroporto em Buenos Aires que impediu o vôo para PoA. Ou seja: foi do Bush e seus amigos canalhas que causaram o aquecimento global e seu "train of consequences" a fim de sabotar a difusão Green Metal internacianal na Terra-do-Pau-Brasil.
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