terça-feira, 8 de julho de 2008

...sobre o assunto abaixo quando disse "o jeito de fazer a lei pegar" me referia à fiscalização forte e nunca à pena de prisão que veio junto com a nova lei. Prisão não resolve e uma multa de quase R$ 1000,00 já é uma baita lição pra quem tem que apreender.

Pra não dizer que não falei da Bossa Nova, a melhor quem fez foi um tropicalista!

sábado, 5 de julho de 2008

A lei do Saraiva é o bicho: tolerância zero que não é contra pessoas e sim contra bebida+direção. Nem contra bebidas e nem contra direção. É a favor da Vida!
Pra quem gosta de uma cervejinha e costuma voltar pra casa dirigindo “na manha” não vai ser nenhum sacrifício abrir mão (esta é a idéia) disso ou criar uma alternativa, pois o resultado serão as ruas mais seguras, quase livres de quem bebe(mesmo sem encher a cara) e acelera. Ninguém dirige melhor bêbado.
O jeito que foi baixada a lei foi acertado também, assim como o jeito de fazer a lei pegar. O melhor é perceber que a lei “pega” a todos e ninguém vai se sentir um trouxa por andar na linha.
O debate é sempre bom antes de mudar uma lei, mas não é democrático deixar a gente, que é a maioria à mercê do merchadizin’ mercenário e do lobby dos lobos da indústria sobre nossas leis. Desta vez até a Industria da Cerveja ficou com vergonha de fazer choro-rô, ainda que já se provou recentemente que quem chora mama quando não foi aprovado o banimento da propaganda de bebidas na televisão.
Ah! E se dois ou três bombons te deixam alcoolizado pra marcar no bafômetro, então tu tás bêbado, chapa.

O registro de gente morta ou ferida em acidentes de trânsito diminuiu 37% no primeiro fim-de-semana da nova lei: já fez toda a diferença!Uma saraivada de palmas pro Saraiva!

sábado, 14 de junho de 2008

Comemora-se 100 anos do início da Imigração Japonesa pro Brasil.
Um dos méritos deste povo é ter conseguido criar uma cultura pop, contemporânea. Ter produzido e continuar produzindo, fomentantando e apropriando-se de uma Cultura sua com visão no Presente. Uma cultura-e-arte com raízes no século 20 em solo japonês e que dialoga (e em alto e bom tom) com o Mundo. Tem respostas para
os japoneses, seus descendentes e habitantes do mundo vivos. Não são escravos dos velhos costumes e das velhas formas de expressão.
Tenho certeza que não é fácil para uma cultura milenar evoluir, retro-alimentar-se, reinventar-se e crescer ...além de criar novíssimas referências. [Enquanto muitos povos evoluem e se modificam apenas na aparência (arquitetura, roupas) e naquilo que tem a ver com o bolso e a sobrevivência (só pra não dizer “sistema produtivos de capital”.)]
Acredito que mais importante que trazer o Passado presente é não ter nisto o único nem mais forte modo de fazer o Presente. Por isso todo este esforço "parafrentex", que levou ao êxito do dinamismo merece admiração.

A propósito: a Quadrinhos s.a apresenta até dia 30/06/2008 no Shopping Monet, a exposição 100 ANOS DE IMIGRAÇÃO JAPONESA NO BRASIL. São obras artísticas de ilustrações, cartuns e HQ.
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quarta-feira, 11 de junho de 2008

A nível de comparação...

Se todos os santa-marienses dessem as mãos dava pra fazer uma fila daqui de Santa Maria até Porto Alegre.
Se todos os gaúchos dessem as mãos a fila ia do Pólo Sul ao Equador, passando pelo Rio Grande: do Chuí à Iraí.
Se todos os argentinos se juntassem numa imensa roda, de mãos dadas, dava pra fazer um berequetê com a circunferência do Planeta Terra!. ..Mas iam precisar de pelo menos 1 brasileiro pra coordenar a fuzarca.



terça-feira, 3 de junho de 2008

o elogio do açúcar mascavo

Tirar a pinga da cana é um processo difícil, que demanda muitos recursos, muita energia e esforço humano. A mesma coisa é pra tirar o açúcar da cana: outro processo super apurado e hercúleo (mas que Hércules nunca faria sozinho). E não são feitos de uma hora pra outra.
Dá um trabalhão separar da cana o açúcar e a cachaça!
Tudo isso pra depois misturar tudo de novo e socar com limão!

Tá e daí? :A gente gosta mesmo é de Mistura!

ilustração publicada no jornal Conta Corrente

Santa Maria o que tem de melhor são as pessoas na rua, fazendo barulho, ocupando a cidade, sendo santa-marienses. Não que este último quesito seja a melhor coisa do mundo (e nisto não tem nada de ironia). Mas há cidades "lindas" e grandes também que são apenas cenários insípidos. Aqui não!
Porque as Cidades não são feitas de Arquitetura. Nem de Urbanismo. São feitas de gente.

150 anos de uma data política (criação de uma Câmara) não quer dizer muito para uma cidade. Santa Maria não surgiu desmembrando-se de Cachoeira, foi antes. Começou quando por aqui ficaram as pessoas.

"a vida é mais importante que a arquitetura"
Oscar Niemeyer

sábado, 15 de março de 2008

coisa de louco!


Alfred E. Neuman
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Já faz um certo tempo que a revista Mad ficou colorida. Colorida por dentro. (e isto não é metáfora!)
A revista fez muito sucesso nos anos 80 até metade dos 90 aqui no Brasil. Hoje as edições não têm qualquer regularidade e não chegam à maioria das bancas quando chegam a Santa Maria.
Ou seja: faz tempo que a Mad não dá as “caras” por aqui. Não aquela revista enjoada com foto de artista, mas a cara do personagem-símbolo da publicação: O Mad. ...aquele cara feio com o sorriso idiota e enigmático que tem um dente faltando, estampando todas as capas da revista cartunística. Seu nome “verdadeiro” é Alfred E. Neuman, o que deve ser algum trocadilho que nunca entendi.

Suspeito que tanto o uso das cores – um luxo que só encarece a revista na minha opinião – como o seu sumiço das bancas têm tudo a ver com novos tipos de concorrência.
Foi a chegada do Cartoon Network, tv a cabo e internet. O mundo de cores de um cardápio de desenho animado o dia inteiro (algo jamais visto no Xô da Xuxa!) incluídos no pacote da tv a cabo, mais a difusão da interatividade que a internet cada vez mais oferece devem ter pesado na hora da gurizada ir à banca.
Assim o humor impresso com tinta preta sobre papel barato e chinelão não conseguiu conquistar a nova geração e poupou milhares de mães de verem seus filhos “lendo aquela bobagem de novo!”
Isso tudo também é fato consumado para outras publicações humorísticas dos anos 80: chiclete com Banana, do Angeli; Striptiras, do Laerte; Planeta Diário e Casseta Popular, dos cassetas. Havia também as publicações gaúchas e santa-marienses como a Garganta do Diabo, do Grupo de Risco.

Pra se ter uma idéia dessa ditadura da interatividade é só ligar na Mtv. Os programas são todos baseados em internet e telefone (para a audiência expressar o que o canal quer que eles expressem). A identidade visual do canal é feita para se parecer ao máximo com uma tela de computador “on line”.
Nem os clipes têm trégua!! Pois para a Mtv a audiência não é capaz de ficar 3 ou 4 minutos “parada” apenas assistindo ao clipe. Isto estraga completamente a fotografia, que é o elemento mais importante artístico ou comercial de qualquer clipe do mundo.

Mas para tentar acompanhar as outra mídias, a Mad sofreu transformações de conteúdo também. Exemplos são as histórias escrotas de certos personagens lá da Mad norte-americana mas da brasileira também.
Outra mudança lamentável é o uso de palavrões na Mad (bastante difundido nas animações contemporâneas e naquele canal já citado). Pra quê tanto nome feio??? O humor bom não precisa! (O bom humor também não) Vira uma coisa sem graça cheia de palvras bagaceiras escritas e ditas explicitamente. Não sou moralista nem tenho os “ouvidinhos sensíveis demais” para isso.
Na “vida em 3D”, além das páginas e monitores, a gente fala bastante bagaceirice, mas na arte do Humor elas se banalizam. Mesmo tendo caído um pouco o nível da linguagem, acredito na qualidade e na originalidade da Mad. E acho que no Humor como na arte em geral só o que tiver qualidade, consegue dar aquele colorido à mesmice da vida quotidiana (e não me refiro às cores impressas na revista!), que é o principal objetivo de todas as artes (como estas metáforas bestas entre parênteses...)! Tá certo que existem aquelas piadas bagaceiras que nada mais são do pretextos pra falar uns troços cabeludos e cair na risada com colegas... mas isso é a mesmice! não escapa disso.

Em todas as páginas parecem prevalecer os desenhos deliberadamente toscos. Além do traço simples ser “mais leve” para despertar a graça, permite que se destaque um texto legal. E admito que a ênfase no conteúdo, nas idéias – que pra isto têm que ser boas! – sempre foi o que fez a minha cabeça.
Essa originalidade e o espírito anárquico, que publicou e publica a produção dos melhores cartunistas norte-americanos (Aragonés, Dave Berg, Al Jefre só pra citar alguns) e que no Brasil ainda é feita por muita gente boa (Ota e os outros todos – o bom mesmo é não saber de cor os nomes e sim simplesmente ter dado muitas risadas!), no seu auge de vendagem e sucesso brasieliro era o puro ouro disfarçado de lixo. Porque assim tem que ser.
Além do mais, a Mad brasileira sempre teve uma “malandragem”, um tempero, uma brasilidade que a edição “gringa” não tinha.

Mas, ao contrário da Mad, a tosquisse de certos desenhos que vêm sendo produzidos só mostra que não vale a pena caprichar no traço porque o argumento é pior ainda!
Outros desenhos, justamente por causa da interatividade que tornou mais fluida a “troca de idéias”, fazem bom uso dos traços econômicos em favor das boas idéias na tela do computador, na tv e até nos quadrinhos (que a tv ajuda a alavancar)!
Humor não tem que ser “inteligente”. Só tem que ser engraçado ...e não deprimente.

Então quando tu enxergares de novo a cara-de-pau do Neuman te espiando na banca entre o Picachu e o Homem-Aranha, vê se compra a revista!
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Ah! compra também a Quadrante X! ($$$) E não te preocupa que a Quadrante ainda não é nem colorida! ...pra não começar a desandar!