terça-feira, 21 de abril de 2009

O Mundo em preto e branco

O único modo de afirmar se alguém é negro ou branco é a auto-afirmação. (fe-fe-fe)Felizmente não há “exame clínico” , teste de DNA ou entrevistas que possam indicar a etnia de alguém!
Entretanto universidades brasileiras usam critério não subjetivos, mas totalmente arbitrários de comprovação da cor, como entrevistas e junção de outras “provas”.

Nas famigeradas entrevistas se busca pistas para comprovar se o estudante é preto ou branco. Uma delas é perguntar se o estudante já sofreu discriminação por sua “cor”. É óbvio que sim! Desde antes de seu nascimento! E certamente em muitos e muitos casos se o avô, mãe ou bisavô do candidato não fosse negro, ele não precisaria passar pelo constrangimento de uma entrevista dessas pra garantir sua vaga. Pois provavelmente hoje estaria em situação econômica e social mais favorável.
Se o objetivo das políticas afirmativas é remediar uma injustiça histórica, se perde a oportunidade justamente ela deveria ser criada.

Como se sabe o conceito de raça é totalmente superado cientificamente, já que na Academia gostam tanto de “provas científicas”. E mesmo o conceito de etnia só existe amparado em outros parâmetros. Concordo que aprovação de candidatos para ingresso em universidades requer os critérios mais objetivos possíveis, que só a Ciência pode fornecer e aceitar. E aceita: a auto-afirmação!

Ao mesmo tempo que acho uma boa a reserva de cotas sociais, acho uma burrada a reserva de cotas raciais nas universidades como já escrevi aqui no QTP nas postagens “Cotas, cotas...” (http://quemteperguntou.blogspot.com/search?updated-max=2007-11-02T18%3A37%3A00-07%3A00&max-results=7) e “Humor e Racionalidade” (http://quemteperguntou.blogspot.com/search?updated-max=2007-07-15T20%3A10%3A00-07%3A00&max-results=7
). Mas já que fizeram, que se faça direito e com um pouco mais de dignidade.

Mano & Véio
Tira minha publicada no jornal A Razão em janeiro de 2007

Um comentário:

giovani montanher madruga disse...

fazia tempo que não vinha aqui, por isso o comentário tardio.
eu era contra as cotas, até perceber que praticamente inexiste negros na universidade, em específico na ufsm. pode comprovar.
certamente não é pelo fato de serem, digamos, menos aptos que os brancos para os estudos.
estas falando do caso da menina aqui que apareceu na tv. ela inteligentemente, certam,ente sob orientação de alguém, talvez advogado, enfatizou a pergunta referente a já ter sofrido discriminação. porém quando entrevistado o pro-reitor de graduação ele deixa claro que em nenhum momento ela se considerava negra, apenas valeu-se deste dispositivo para entrar na universidade "mais facilmente". isso é correto?
claro que não.
qual o critério para uma pessoa ser considerada negra?
além da cor da pele, ele deve auto declarar-se, ter certeza e orgulho de ser negra. foi nesse ponto em que esta menina agiu de má fé.
não acredito que a politica das ações afirmativas, ou como queira, as cotas sejam a solução de todos os problemas, o idela seria a massiva valorização do ensino em todos os níveis e eu sou mais radical: a universalização do acesso ao ensino superior. mas isso ainda esta fora do alcance, como maneira paliativa de eficácia imediata elas são de muita serventia.