quinta-feira, 3 de abril de 2014


De baixo pra cima.

Pode parecer que as coisas mudam de cima pra baixo, porque quase sempre começam e atingem o ponto... crítico de baixo pra cima.
O movimento que atingiu a mídia, além da pesquisa do IPEA que o motivou foram resultado direto da Marcha das Vadias, ocorrida em várias partes do Brasil.
O propósito da Marcha é exatamente lutar contra a idéia de que as mulheres, para não serem estupradas, não devem se vestir como vadias. Tal qual o que a sociedade está assimilando.
É interessante que os realizadores da pesquisa apontam para o óbvio. Esse pensamento está ligado a uma estrutura de pensamento: pessoas conservadoras e com outras convicções “inofensivas” do tipo “casamento só pode ser entre homem e mulher!” ou “ o homem deve ser chefe da família” tendem a concordar com estupro conforme a roupa da vítima.

 Creio que aí está a chave de discursos intolerantes e cruéis: o fascista enumera razões (com as quais o espectador conservador vai concordando) e no final lança uma barbárie pré-justificada.
Assim dá pra manter seus pequenos currais ideológicos longe das “ovelhas negras” da sociedade do século 21. Ainda que à custa do sofrimento alheio, afinal, quem mandou estar do lado errado da cerca?
 Sobre o nome da Marcha: das Vadias, se fosse marcha da mulher honesta não teria sentido nenhum, já que mulheres honestas não merecem ser estupradas.

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